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"Vem pra rua, porquê a rua é a maior arquibancada do Brasil" Destaque

Publicado por     |   18 Jun 2013
  |  

Por Ferraz de Brito

999534 388632151249059 416185533 n1Estado de exceção. Câmeras de segurança nas ruas, desligadas. Rádio narrava os acontecimentos, suspensa “por solicitação” da FIFA. Ora, após três décadas de reticência, o Brasil pareceu dar-se conta da sua real situação.

A mídia, burra, numa figura caricata, declarara que não havia motivo para tal. Apenas vinte centavos, dissera. Ledo engano, um posicionamento triste. Estupidez essa que tiraria do reino de Morfeu, um gigante.

A realidade corrente traz à memória os horrores de 64. Juventude motivada nos largos e praças, não somente pela desgraça alheia, mas pela inquietude própria da sua alçada.

O mundo grita. Porque aqui haveria de ser diferente? Grita-se aqui por um mínimo de sanidade.
Assistiu-se, durante quase trinta anos, o espraiamento da displicência, da violência, da precarização, em TODOS os âmbitos. E no auge desse caos coordenado, um projeto de emenda constitucional que legaliza uma impunidade social e culturalmente enraizada.

Não são mais caras pintadas na rua. São caras dadas à tapa, balas de borracha, bombas de efeito moral, matilhas de cães e tropas que não são treinadas para diferenciar a segurança pública de segurança humana.

Vítimas. Vítimas dos dois lados. Vítimas a gritar, vítimas a perpetuar a opressão d'um sistema arcaico. Bambo, em pernas cambaleantes, mas que se nega a sucumbir e dar espaço ao novo.

É com grande alegria que se pode dizer: A criança política de 191 anos finalmente se levantou. Do “berço esplêndido” para a “luta”. O que outrora era motivo de descaso, agora gera revolta, ânsia, barulho. O movimento tomou as ruas, as casas, e a maior de todas as casas, uma que há muito não era habitada: O Congresso Nacional.

É o adolescer de uma Nação, agora, irrequieta. Faça-se, uma vez mais, na terra brasilis, a história.

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