Condeúba completou 152 anos de emancipação política no dia 14 de maio de 2013, como sempre tenho dito com muita história, desta vez não foi diferente, pois, todos aqueles que estiveram nas praças onde ocorreram as apresentações e desfiles, puderam presenciar a verdadeira história de Condeúba sendo recontada em verso e prosa através das escolas do município que se dividiram em quatro grupos formados por professores, alunos e mesclado com pessoas da sociedade civil, cujos grupos, identificaram pelas cores da Bandeira do Brasil assim constituídos:
Amarela defendendo o tema de “Botocudos”, em referencia a tribo indígena que aqui foi encontrado no inicio da fundação do Município.
Azul com o tema “Guerreiros da Barra”, tema este em alusão aos desbravadores que tanto lutaram pela independência de Santo Antonio da Barra, primeiro nome dado a Condeúba.
Branco com o tema “Têtê para vencer”. Este se refere ao Sr. João Antonio dos Santos que ficou conhecido como “Têtê”, personagem folclórico da cidade falecido recentemente.
Verde com o tema “Quilombolas”. Desta feita foi homenageada a Comunidade do Tamboril, onde existe uma Comunidade Quilombolas reconhecida pelo Governo Federal, a qual foi vencedora e com muito mérito, tendo em vista o reconhecimento do importantíssimo papel que os negros têm desenvolvido ao longo da história em nosso município.
Desde inicio do mês de maio que os grupos vinham cumprindo tarefas determinadas pela organização do evento. No dia 13 a noite foi feito as primeiras apresentações dos grupos na Praça do Forrodromo com o tema musical onde cada grupo executou um ritmo musical que foram: Amarelo/Arrocha, Azul/Axé, Branco/Forró e Verde/Sertanejo. Deste momento até o dia seguinte, todas as tarefas executadas pelas equipes, foram submetidas à avaliação com notas de um corpo de jurados composto de sete membros constituídos pelos Organizadores do Evento.
Depois do grande show musical que os grupos apresentaram a noite, as equipes receberam da Comissão Organizadora tarefas para o dia seguinte serem apresentadas inicialmente das 8h00 ás 10h00 na Praça Santo Antonio e por último em frente ao prédio da antiga Intendência, que foi das 10h30 ás 13h30 minutos. Na oportunidade, os grupos começaram a desfilar contando história de personagens da terra vivos e mortos.
AMARELA – Com o tema “Botocudos” trouxe a baila as historias de “Dorinho” e Maria Leá.
AZUL – Com o tema “Guerreiros da Barra”, contaram as histórias do empresário “Zabinga” e Jasmira Cangussu.
“ZABINGA” Aos 19 dias de novembro de 1956 nasceu na fazenda Grota, em Condeúba, Divaldir Farias da Silva, popular “Zabinga” filho de Arlindo Farias da Silva e Aurezina Ribeiro da Silva, família humilde veio morar na cidade com 3 anos de idade, estudou até a 5ª série. “Zabinga” aos 7 anos já comercializava nas feiras livres laranjas, cereais e outros gêneros, aos 17 anos adquiriu seu primeiro veículo, uma rural ano 1973 e passou a trabalhar como pracista e levando passageiros para Conquista.
Mais tarde comprou seu primeiro caminhão, começou viajando aos estados da Bahia, São Paulo e Maranhão, no final de 1985, abriu seu primeiro comércio no ramo de supermercado. No ano seguinte casou-se com Tânia Maria Porto, dessa união, nasceram suas três filhas: Ana Carolina, Lorena e Isabela. “Zabinga” atua no ramo de supermercados, padaria, loja de móveis e posto de combustíveis. Ele que é católico e devoto de Nossa Senhora Aparecida.
JASMIRA – Aos 10 dias de julho de 1911. Nasceu no limite de Jacaraci e Caculé, Jasmira Rosa Cangussu, filha de Tranquilino José Ribeiro e Anagélica Pinheiro Cangussu. A qual vivenciou a passagem dos revoltosos em nossa cidade, sendo a casa de seu pai um dos lares invadidos por eles. Ainda muito jovem Jasmira casou-se com Sérgio Rodrigues Chaves, ele que era tropeiro e comerciante rural.
O casal teve apenas 01 filho biológico, Valdomiro Rodrigues Chaves, porém, adotaram 10 filhos. Jasmira sempre muito católica, começou cedo a costurar, bordar, fazer rendas, confeccionar bonecas. Fazia tudo com muita alegria e simpatia sua marca registrada era mandar beijos para todos.
BRANCA – Com o tema “Têtê para Vencer”, trouxe as histórias do empresário “Dalminho” e “Têtê” este personagem folclórico da cidade já falecido. Quem fez o papel de Tetê, foi a vereadora Rita Aparecida Soares “Cida de Lerim”, que com muito empenho arrancou da platéia risos e até choro, sendo premiada como a melhor interprete dos quatro grupos merecidamente.
JOÃO ANTONIO DOS SANTOS – Mais conhecido como Tetê, nasceu no dia 04/10/1947 na Rua do Sobrado em Condeúba/Ba e faleceu no dia 08/04/2013 aos 64 anos, era filho de Otaviano Antônio dos Santos e Ana Pereira Duarte, ele tinha quatro irmãos. Esse seu jeito extrovertido de ser vem desde a infância e após a morte de seus pais este foi morar com o irmão Custódio, sendo que após essa fatalidade se entregou ao vício da bebida. Mas mesmo assim, continuou trabalhando com hortas, estercos e foi sempre humilde. Conseguia se manter só com a renda de seu trabalho até quando se aposentou. Seu jeito de ser foi provavelmente um problema no parto.
Costumava engrossar a voz para causar risos, principalmente às crianças. Em novembro adoeceu e mesmo doente era muito vaidoso, gostava de pintar o cabelo e deixar o topete caído na testa estilo pega rapaz. Uma de suas celebre frases foi: “Mim dá um fio de cabelo pra mim fazer uma póruca”?
DALMO FARIAS DA SILVA – "Dalminho" nasceu em 08 de junho de 1967, na cidade de Condeúba/BA. Filho do senhor Arlindo Faria da Silva e da senhora Aurezina Ribeiro da Silva. É o 8º filho de 14 irmãos.
Viveu a sua infância em meio a um comércio ambulante. Tentava estudar, mas nos momentos de intervalo vendia geladinho e picolé produzido por ele mesmo, alem de doce, saco de esterco para as pessoas colocarem em plantas; quebrava pedras, transformando-as em britas e vendia, assim como, recolher os restos de cereais no caminhão e armazém de seu pai para vender. Dificilmente tinha momentos vagos para brincar, pois, quando não estava em meio às suas vendas, dedicava-se a olaria com os amigos, na construção de tijolos. Pela manhã, freqüentava a escola e a tarde a olaria.
Aos 12 anos iniciou a vender laranja e café. Para comprar outras mercadorias, solicitou de um empréstimo do Sr. Juvêncio (avô de Laércio Sousa). Onde ouvia falar que tinha jogo, estava ele vendendo suas laranjas.
Com 25 anos de idade, em 12 de fevereiro de 1992, nasce o seu primogênito Dalmo Faria da Silva Filho,
Aos 26 dias de março de 1992 casou-se com Dorismácia da Silva Carvalho Faria. Em seguida passou por uma crise financeira profunda. Católico e temente a Deus aos poucos foi restituindo tudo que perdeu antes.
Em 20 de abril de 1999 nasceu sua filha Dayana da Silva Carvalho Faria. Segundo o próprio Dalmo, “quando agente é solteiro as pessoas mais importantes da nossa vida, são os pais, depois de casado a esposa e os filhos se tornam as pessoas principais da nossa vida”.
VERDE – Com o tema “Quilombolas” veio com as histórias da empresaria Elita e o popular Santo de João Cruz.
ELITA – A empresária Elita Pereira da Silva, sendo a 20ª filha de uma família composta de 27 irmãos, começou a sua labuta muito nova no ramo de biscoitos, iniciou vendendo de terceiros e depois montou sua própria indústria que é a grande fabrica de Biscoitos Condeúba. Elita desfilou num furgão trazendo biscoitos, salgados, doces e lógico o bolo de aniversário que foi distribuído para todos que ali estavam.
"SANTO" – Ademar Pereira da Cruz, popular “Santo de João Cruz”, filho, do casal João da Cruz e Odília Correia Cruz, nasceu em Condeúba aos 20 de novembro de 1959. Embora fizesse parte de uma das famílias elitizadas de nossa cidade, sempre teve em seu coração uma paixão pela filosofia da vida periférica, e que o tornou uma figura emblemática de nossa cidade. Como todo jovem condeubense de sua época, Santo também adorava um bom futebol.
Primeiro como arbitro, com pouca técnica, mas com muita valentia “Santo” apitou e bandeirou muitas das partidas do futebol condeubense. Como jogador, “Santo” chegou a defender uma das maiores equipes de sua época União Futebol Clube. “Santo” foi um dos idealizadores da criação de um dos times emblemáticos de nossa cidade o Vira Copo Futebol Clube.
Contudo entendemos que a grande vencedora neste evento mais uma vez foi Condeúba, que ganhou com isto, novos horizontes em sua história, tornando-a cada vez mais rica pelos novos personagens descobertos e encenados.
Foto: Ddez
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