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Condeúba: 47 anos da enchente de 1968 - Por Micael Silveira

Publicado por     |   03 Mar 2015
  |  
Matéria sugerida por Medonho Produções

Há exatamente 47 anos atrás, o que era sinônimo de prosperidade para o sertanejo, passou a ser sinônimo de terror para os condeubenses: a água. Pelo menos naquele episódio. Conta-se que à época, alguns atribuíam as causas à um castigo divino, outros acreditavam apenas ser um desastre natural, mas parte da pacata Condeúba foi destruída pela força das águas do Rio Gavião, trata-se da enchente de 1968.

Há até uma justificativa que segundo os  mais velhos, circularam também posterior ao triste fato justificando o aumento significativo do rio. Entretanto, não parece fazer muito sentido nos tempos atuais, mas era a seguinte: Com a cheia do Rio da Feirinha e do Rio do Soberbo, que era um rio com água bastante suja, criou-se uma barreira para o escoamento do Rio Gavião, fazendo com que a água represasse culminando numa verdadeira lagoa no centro da cidade.

O que se conhece hoje por centro comercial, onde estão situados os mercados, farmácias e bancos, foi completamente tomado pela água. Transformou-se em uma verdadeira barragem. Comércios, como uma casa de beneficiamento de arroz do Saudoso Adriano, foram todos ao chão causando pânico e enormes prejuízos. A rua do sobrado, que fica muito próxima ao leito do rio, ficou totalmente destruída.

Através das fotos, é possível notar como foi sofrida a superação desta catástrofe. Com poucos recursos além da força braçal, a população trabalhou em mutirões por dias seguidos. Em uma das fotos abaixo é possível notar canais abertos provavelmente por enxadas para o escoamento da água empossada. Já em uma segunda foto, um caminhão parado em uma rua alagada e pessoas colocando pertences em cima do veículo para evadir-se do local, sob o risco de que a água aumentasse.

 A prefeitura da cidade neste ano estava sob o comando do Saudoso Antônio Andrade.

Enchente de 1968 - Crônica - Por Prof. Agnério Souza

Comemora-se hoje, 47 anos da célebre enchente ocorrida no Rio Gavião, na manhã de Domingo do dia 03 de março. Havia chovido muito nos meses de dezembro de 67, janeiro e fevereiro de 68; porém as chuvas aumentaram bastante entre os dias 28 de fevereiro a 02 de março/68, culminando com a chegada da água, vinda do município de Jacaraci e que inundou parte da cidade de Condeúba.

Quem presenciou a enchente não se esquece de que, pela manhã, a partir das 6.00 h. começava o rio, no setor urbano, a se encher. O povo correu para a ponte a fim de presenciar o deslumbrante espetáculo de uma bela cheia: mas o que era bonito, tornou-se motivo de preocupação, pois as águas ultrapassaram a ponte e começaram a entrar na cidade. De sorte que, ficaram inundadas toda a Rua Sete de Setembro, João da Silva Torres, Cons. Luis Viana, parte baixa da Praça Santo Antonio e parte baixa da Praça da Bandeira.

Diante do impasse, o povo irmanou-se num só abraço de confraternização e solidariedade; pois todos, sem exceção, mulheres, homens, crianças ajudavam a carregar os pertences das pessoas que tiveram suas casas invadidas pelas águas barrentas do Gavião. Procuravam-se as residências nos lugares mais elevados para acomodação das vítimas da enchente. Foi um movimento dinâmico, porém melancólico. Casas e prédios vinham a baixo, porque eram construídos de adobão, e o barro não resiste á água. A cidade ainda era pequena, não havia o bairro do Divino Espírito Santo nem outras ruas acima da Gruta de Nossa Senhora, que também ainda não existia.

O prefeito Antonio Andrade ficou preocupado com a situação e fez o que pôde; estávamos ilhados sem poder comunicar-se com outros municípios. Era o tempo do Governo dos Militares no Brasil, e na Bahia, Dr. Luis Viana mandava e desmandava. Dr. Anfrísio Sousa assistia com pesar o sofrimento do povo, via com tristeza  a destruição de tantos imóveis, inclusive o prédio onde funcionou a primeira escola da cidade e que era o cine-teatro daquela época; mas, deixando a perplexidade de lado, arregaçou as mangas e ajudou a muita gente ,  orientando-a o que pegar e o cuidado que se devia ter em situação de risco, foi um herói.

No entanto, demos  e damos graças a Deus, por ter acontecido durante o dia e de não ter havido vítimas fatais. Perdeu-se apenas bens materiais. Foram-se os anéis, ficaram os dedos. Outros dias melhores vieram e os moradores reconstruíram suas casas com material mais resistente, a alvenaria, bem mais segura e valorizada. Esta enchente entrou para a história de nossa urbe.

Veja algumas fotos:

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Micael B Silveira

Engenheiro de Controle e Automação, Empreendedor, Jornalista nas horas vagas e apaixonado por sua terra natal: Condeúba.

2 comentários

  • zai
    Link do comentário zai Quarta, 04 Março 2015 22:45

    quero parabenizar o responsavel pela matéria
    é muito importante saber da nossa historia

  • Oclides R da Silveira
    Link do comentário Oclides R da Silveira Terça, 03 Março 2015 22:32

    Que bom!!! Completamos hoje 47 anos da destruição que a enchente de 1968 provocou, num entanto nunca mais aconteceu outra similar e nestes dias tem chovido também, mas graças a Deus sem destruição, amém!!!

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