Escolha
Depois de muito pensar, a instituição escolhida por ele para fazer o curso foi a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). O estudante conta que dispensou a Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde foi aprovado após o bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano passado, entre outros motivos, para ficar mais perto dos amigos e da família, que mora em Condeúba, a cerca de 140 quilômetros de Conquista.
“A Uesb fica mais perto de casa. E, além do mais, também é uma universidade bem conceituada. Aqui [em Vitória da Conquista] eu tenho casa, tenho onde morar e tenho emprego. Fiquei tentado a fazer UFBA, por ser uma universidade federal e ser alvo de todo mundo, mas teria que mudar para Salvador. Seria muita dor de cabeça mudar de cidade, começar tudo de novo. Não queria essa mudança radical”, destacou.
Após ser aprovado em várias instituições de ensino superior, a história de Wester foi divulgada por veículos de comunicação regionais e nacionais. No final de janeiro desse ano, quando concedeu entrevista ao G1 pela primeira vez, ele sabia da aprovação em apenas quatro faculdades. Dias depois, viu que o nome estava na lista de selecionados de outras duas universidades.
Além de Uesb e Ufba, o estudante ainda poderia escolher fazer o curso de medicina na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e na Universidade Salvador (Unifacs), que é particular. Sobre a escolha pela Uesb, diz não ter se arrependido. “Fico impressionado com que vejo lá dentro [da Uesb] com relação à estrutura, à organização. Além disso, fui muito bem recebido”, afirma.
Rotina
Passada a fase do vestibular, em que dedicava sete horas por dia para estudar, Wester tenta agora se adaptar ao novo ritmo, classificado por ele como “bem mais frenético”. Perto de concluir o primeiro semestre, o aluno conta que não está achando difícil o curso, que ele diz ser um sonho de infância.
“O problema é o grande volume de coisas para estudar. São muitas matérias. Está sendo bem corrido, mas o curso, apesar de ter uma carga maior que outros, tem uma metodologia que instiga os alunos a estudar mais”, comenta. Com a rotina apertada, sobram apenas os domingos para descansar. “Aí, eu aproveito para dormir, ainda mais porque no meio da semana eu já sou obrigado algumas vezes a diminuir as horas de sono. Antes, dormia oito [horas] e agora durmo às vezes só seis ou sete horas por dia. Também saio de vez em quando com os amigos às vezes, mas apenas nos finais de semana”.
Foco
Wester deixou a casa dos pais para morar na república em Vitória da Conquistax aos 12 anos, após ser aprovado no Instituto Federal da Bahia (IFBA), onde concluiu o Ensino Médio em 2012. Um ano depois, foi aprovado em um concurso de nível médio e passou a trabalhar na prefeitura da cidade.
O universitário conta que não teve uma pessoa como referência para a escolha da profissão que decidiu seguir, mas diz que sempre admirou o trabalho dos médicos.
“Era tudo que eu queria. Sempre gostei da beleza dessa profissão e sempre vi o médico como herói. Ninguém da minha família é medico, mas isso foi sendo trabalhado na minha vida. Gostava de filmes que falavam sobre médicos e sempre fui curioso para saber sobre os tipos de doenças e o corpo humano”.
Sobre o futuro, o jovem diz que ainda tem dúvidas sobre o ramo da medicina que deseja seguir. “Eu ainda não sei. Tem algumas áreas como as relacionadas à cirurgia, à oncologia e à parte cardíaca que me chamam atenção. Também penso em fazer uma especialização em pronto-socorro. Alguns colegas meus do primeiro semestre já sabem o que querem para o futuro, mas eu ainda tenho muito tempo para decidir”, avalia.
Modesto, o estudante diz que não se considera gênio, como dizem muitas pessoas que o conhecem, mas conta o segredo do sucesso. “Não sou nenhum gênio, não. Acredito que o segredo é sempre ter fé e disciplina na vida. Com foco, qualquer um consegue chegar onde cheguei”, destaca..