O período é alusivo ao dia 20 de Novembro, data em que é celebrada o Dia da Consciência Negra. Dia 20 de novembro chegou e com ele o momento de Condeúba celebrar mais uma vez a consciência negra. O ano passado foi feito esta mesma comemoração pela primeira vez, diga-se de passagem, que aconteceu no Município, e foi por iniciativa da Escola Municipal Eleutério Tavares juntamente com alguns seguimentos da sociedade, com total cobertura feita pela Folha de Condeúba, onde foi feito uma matéria especial com os negros que foram e ainda são destaques em nosso Município.
Já este ano o Departamento de Cultura do Município, assumiu o comando da promoção do evento que foi transferido para o próximo dia 27, onde vai contar com a participação de todas as escolas municipais, Colégio Estadual e a escola particular José Antonio Ribeiro Filho – EJARF.
O movimento vai ser uma caminhada, que sairá da Praça do Forrodromo e seguirá até a Praça da Matriz no Centro, e será acompanhado pela Banda Municipal FAMUCON. No local será feito uma concentração com algumas apresentações de teatro, capoeira entre outros e também haverá apresentações com os alunos das escolas, alem de alguns seguimentos da sociedade. Haverá também na Praça da matriz barracas vendendo comidas típicas.
Nas escolas foram realizadas várias atividades entre os alunos desde o inicio de novembro, com os objetivos de debater e despertar a reflexão sobre a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo.
Este ano o Jornal Folha de Condeúba, presta uma homenagem aos negros entrevistando o jovem Poeta, Escritor, Professor e Diretor da Biblioteca Municipal, falamos com Antonio da Cruz Santana que também é negro.
Antes de falar da primeira homenagem, faço um aparte, para agradecer a você Oclides, que sempre tem feito muito para nossa raça, excelentes reportagens, no sentido de nos reconhecer e prestigiar, foi autor do Projeto de Lei que garante 20% das vagas no Serviço Público Municipal aos negros, que foi subscrito pelas vereadoras Nena e Cida depois aprovado pela Câmara. Você foi autor também do Projeto de Resolução aprovado pela Câmara, para conceder o primeiro título de Comendador do Município ao Sr. Ciriaco Ribeiro da Silva que é negro.
Agora respondendo sobre a homenagem do ano passado, acredito que embalados pela sua reportagem sobre o dia da consciência negra, que você teve a feliz ideia de homenagear todos os negros que já foram e ainda são destaque no município de Condeúba.
Então a Escola Eleutério Tavares através da sua diretora Albina, teve a primeira iniciativa de colocar seus funcionários, professores, alunos e respectivos pais, acompanhado de muitos negros, para realizar a primeira passeata nas ruas da cidade, com isso foi dado o nosso primeiro grito de alerta em Condeúba.
Nós temos que nos ater com aquilo que é determinado aos negros, ou seja: Os negros no Brasil já nascem com dois destinos únicos para se destacar na sociedade, ser jogador/a de futebol ou cantor/a de samba, porque são duas artes que agrada de cheio os brancos, e os negros as fazem com muita desenvoltura, de forma diferenciada com uma característica própria da raça.
Caso contrário, o negro margeia para sobreviver à base periférica de todos os acontecimentos do nosso País, se isso não lhe convencer meu irmão e você achar que estou falando besteira, é só você se ater para os percentuais de negros que somos 51% da população Brasileira, no entanto, onde estão os negros em destaque, se não for no futebol ou no samba?
Eu fico fechado no meu mundo observando a insensatez dessa gente desalmada, que tenta passar e as vezes passa, a igualdade entre todos os Brasileiros, pura mentira e enganação, nós negros somos descriminados sim, no Brasil e em todo o resto do mundo, exceto onde a predominância do povo é da raça negra.
Acredito que se tivéssemos discussões com mais freqüência sobre o tema tratado, com certeza a dinâmica seria outra, aparecia fontes de melhores informações, mesmo porque, não temos por aqui pessoas com relevantes conhecimentos para tratar do assunto e reivindicar nossos direitos com fundamento na causa, então desses debates é que se descobririam as reais necessidades de cada um dos negros do Município e região.
Por outro lado, eu defendo que nós precisamos nos reunir formar um grupo e criar uma associação ou fundação, para que podemos assim, ter mais legitimidade e força no processo de luta em benefício dos nossos irmãos menos aquinhoados. Precisamos também, constituir uma agenda ao longo do ano, para que sejamos mais vistos em nossos movimentos, como por exemplo, ter agendado uma Sessão da Câmara de Vereadores dedicada exclusivamente para a casa dos negros no dia 20 de novembro.
Explicitamente a ponto de ser ridicularizado e humilhado não. Mas socialmente e financeiramente, sinto-me na linha da discriminação, ou melhor, da exclusão simplesmente por não possuir bens em Condeúba. Tenho observado Oclides, que têm pessoas que valorizam muito o Ter ( Eu Sou...), e esquece do Ser (e de Ser...), uma pessoa humana, Cristã que pratica boas ações e que respeite a concepção do outro (a).
Para mim, o ter jamais substituirá o ser. Prezo muito e bebo dessa sábia fonte. Acredito que sem educação não há como se alimentar a inteligência, a ampliação do conhecimento, a cultura e a leitura da realidade. Há quem pensa Oclides, que a escravidão acabou. Engana-se ela apenas mudou de formato e se sofisticou, mas os capatazes de ternos e gravatas continuam escravizando nós negros, mesmo com as mudanças dos tempos.
Estamos cansados de assistir diariamente atos de violência contra a mulher negra e o homem negro na Sociedade Brasileira. Nesse sentido, a imprensa Nacional dá a sua parcela de contribuição informando, denunciando as autoridades competentes do nosso País. A discriminação de quaisquer formas é sem dúvida um ato desumano, e que merece justa punição por intermédio da nossa justiça Brasileira.
Eu ainda não me sinto a vontade para comemorar o “Dia Nacional da Consciência Negra”, num país que ainda carrega uma herança de uma classe dominante que começou lá em 1.500, e que perdura até os dias atuais. Penso que estamos muito longe de comemorarmos essa consciência que não é de TODOS, mas de uma parcela da população brasileira.
O negro no Brasil existe porque resistiu no passado, e está resistindo agora no presente todo e qualquer tipo de sacanagem que a classe dominante fez e faz com a gente. O meu sonho é para que um dia tudo isso possa acabar.
Mas nós negros, pardos e mestiços precisamos fazer a nossa parte, que é estudar com ou sem cota, para que possamos sonhar com uma sociedade capaz de dar respostas positivas a esses e aqueles, que se apossam e se sentem donos das nossas vidas e dos nossos Patrimônios Públicos.
Para que um dia eles possam nos respeitar, valorizar e devolver o que é nosso. “Consciência Negra, não pode ser comparado a um carnaval antecipado fora de época pelo Brasil a fora, e sim, uma luta a favor da reparação aos absurdos causados pelo “homem branco”, do passado, e hoje, pelo” homem Moderno e Pós-Moderno”, que continua a (querer) nos escravizar.
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