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O Mito do amor eterno e incondicional

Publicado por     |   07 Dez 2014
  |  

Será dependência, carência afetiva ou mesmo amor eterno? Quem não já ouviu a dizer: nossa casados há 40 anos, isso é amor eterno e incondicional!. Pois é, uma pesquisa da psicóloga americana derruba este mito que alimenta os românticos e mostra que o sentimento é capaz de unirem duas pessoas, mas apenas momentâneo e pode durar apenas poucos segundos. Mas porque ela se preocupou a fazer essa pesquisa tão profunda? Tudo começou após um casal pendurar um cadeado simbolizando amor eterno numa ponte do Rio Sena, em Paris.

Quem nunca ouviu uma dessas frases? “Tem gente que é só feliz quando o outro está por perto" ou “a pessoa cada vez mais precisa da outra e vira um vicio e a outra pessoa sentindo que esta numa prisão”; é ruim para os dois quando acontece isso. É mais a menos assim, ela depende de algo (o amor) de alguém pra ser feliz, não consegue sequer conceber a felicidade longe do seu objeto de adoração. Parece que falta o chão quando ele (ou ela) não está por perto. Essa dependência, não se resume aos casais apaixonados de namorados, mas também atinge o círculo familiar, amigos, etc. e quem depende raramente consegue ser feliz, uma vez que não consegue se libertar desse vício. Chamo a isso de vício, porque tal dependência assume várias vezes o caráter de muleta afetiva. Sem a muleta, toma-se um tombo atrás do outro. Isso se dá porque algumas pessoas fazem de outras o centro de suas atenções, e quando ausente não tem a quem entregar-se.

Casais que se separam não é por conta do amor ter acabado, mas sim de nunca ter de fato existido, esse amor eterno, se existisse amor se superaria tranqüilamente o apagar da paixão efervescente e intensa que geralmente é constatada no início dos relacionamentos enquanto cada membro do casal está cada um em sua casa. Você deve estar perguntando então não existe amor eterno? Sim não existe, o que existe é um amizade, respeito e no entendimento e compreensão da necessidade de momentos de manter uma relação feliz e duradoura. É necessário aprender a amar a esposa ou marido como companheira(o), mãe ou pai dos filhos, como um(a) amigo(a) para todas as horas e de alguém que cuidará de você nos momentos mais difíceis, além de compartilhar os mais felizes, afinal são duas pessoas unidas pelo mesmo objetivo.

Porque existem separações? A pesquisa aponta por não existir amor terno, os casais vivem com dependência um convívio de amizade, ou seja, um depende do outro para se manter pulsante essa relação, nota-se que isso é sinal de que não estamos mais falando de amor, mas de paixão, e essa com o passar do tempo acaba por conta do convívio, rotina e do cotidiano de problemas e desentendimentos pela relação constante e conjunta embaixo de um mesmo teto.

O Mito do amor romântico, eterno e incondicional, desautorizado pela experiência moderna, a literatura e o cinema, pode ter recebido um golpe mortal da ciência no início deste ano. A autora do feito é a psicóloga norte-americana Barbara Fredrickson, diretora do Laboratório de Emoções Positivas e Psicofisiologia da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill (EUA), autoridade mundial na área. Seu mais recente livro, o best-seller Love 2.0: How Our Supreme Emotion Aff ects Everything We Feel, Th ink, Do, and Become (Amor 2.0: Como Nossa Emoção Suprema Afeta Tudo o Que Sentimos, Pensamos, Fazemos e nos Tornamos), propõe, baseado na biologia do corpo, uma redefinição radical do conceito.

Em primeiro lugar, ressalta Barbara, o amor não é o que gostaríamos que ele fosse. Trata-se de uma emoção – e emoções não duram para sempre. Ninguém vive permanentemente com raiva ou com medo. O amor não é a emoção duradoura e continuamente presente que sustenta um casamento, nem a ansiedade da paixão juvenil ou o vínculo de sangue do parentesco. Tampouco existe amor individual, autônomo, isolado, pois a conexão com o outro é fundamental para a deflagração fisiológica do seu processo.

“O amor não conhece tais fronteiras”, afirma a autora. “As evidências sugerem que quando você realmente tem um ‘clique’ com alguém, uma sincronia momentânea mas discernível, emerge entre os dois, conforme os gestos, a bioquímica e as descargas neurais, se espelhando um no outro em um padrão que denomino ressonância de positividade.”

Em termos fisiológicos, o amor não dura minutos. Na verdade, o período desse “ato único, desempenhado por dois cérebros”, como diz a psicóloga, dura frações de segundo. Trata-se de “micromomentos de ressonância de positividade”, explica Barbara, fluxos de emoções positivas que podem ser compartilhados com outra pessoa – qualquer pessoa – com quem nos conectamos ao longo do dia. Podemos experienciar micromomentos de amor com nossos parceiros românticos, os filhos ou os amigos. Podemos nos apaixonar, embora momentanea mente, por candidatos menos cotados, como um estranho na rua, um colega de trabalho ou um simpático vendedor da mercearia.

“Pensar no amor puramente como romance, ou compromisso compartilhado com uma pessoa especial, certamente limita a alegria e a saúde derivadas do amor”, diz a psicóloga. “Meu conceito valoriza caminhos mais curtos para experimentar o amor, abrindo esperanças para solitários, solteiros ou viúvos.” A ideia do amor eterno como paixão eterna não evanescente é um mito e uma impossibilidade biológica.

Três protagonistas 

Há três protagonistas-chave no microcenário do amor. O primeiro é o cérebro, ou, mais precisamente, os neurônios-espelhos. Eles disparam quando um animal pratica um determinado ato ou observa outro animal (em geral da mesma espécie) fazer o mesmo. Já registrados em primatas, os neurôniosespelhos supostamente existem em aves e humanos. Nesses últimos há evidências de sua presença no córtex prémotor e no lobo parietal inferior.

Quando o amor aparece, os neurônios-espelhos se comportam de forma peculiar. Um estudo feito com imagens de ressonância magnética pelo psicólogo Uri Hasson, da Universidade Princeton, sugere que um espelhamento pode ocorrer com frações de segundo de diferença entre quem inicia a ação e o parceiro, simultaneamente, ou como uma antecipação do que se espera que o outro faça. Qualquer um desses casos de entendimento mútuo e compartilhamento de emoções é um micromomento de amor, define Barbara.

O segundo protagonista-chave é a oxitocina, o hormônio do amor e do afeto. Esse componente do ancestral sistema “acalmar-se e conectar-se” dos mamíferos (oposto ao “lutar ou fugir” relacionado ao cortisol, o hormônio do estresse) age tanto no cérebro quanto no resto do corpo, estimulando as pessoas a se sentir mais confiantes e abertas a entrar em conexão.

Produzida no hipotálamo, a oxitocina é liberada em grande quantidade no sangue durante a relação sexual, mas também aparece em outros instantes de relacionamento íntimo. As pesquisas mostram que, quando a mãe ou o pai interagem afetivamente com o seu bebê, olhando-o nos olhos, abraçando-o, sorrindo e brincando com ele, os níveis de oxitocina sobem sincronicamente tanto na criança como no adulto.

O terceiro personagem é o nervo vago, que liga o cérebro ao resto do corpo, e em especial ao coração. Ele tem papel importante na coordenação e no apoio à experiência amorosa. “Totalmente fora da consciência, o nervo vago estimula micromúsculos faciais que melhoram a capacidade visual e a sincronia com as expressões faciais da outra pessoa”, explica Barbara. “Ele também ajusta os pequenos músculos do ouvido médio de modo que se possa rastrear a voz do outro em meio a qualquer barulho.” De forma sutil, mas com importantes consequências, o nervo vago aumenta as chances de nos conectarmos a outras pessoas e, assim, de chegarmos à ressonância de positividade.

Os cientistas avaliam a força do nervo vago (o tônus vagal) medindo a frequência cardíaca em conjunção com a frequência respiratória. Assim como o tônus muscular, quanto mais elevado for o tônus vagal, mais a pessoa será capaz de regular processos biológicos como a taxa de glicose no sangue e as inflamações, além de reduzir as chances de ocorrência de diabete, derrames e doenças cardíacas. O tônus aprimora o controle da atenção e das emoções, torna a pessoa mais amorosa e aumenta suas conexões positivas. A consequência são mais micromomentos de amor.

Meditação

Em uma pesquisa de 2010, Barbara Fredrickson desmontou a tese de que o tônus vagal é sempre estável. Ela designou aleatoriamente metade dos participantes do estudo a dedicar uma hora por semana, durante vários meses, à prática da meditação budista da benignidade (lovingkindness meditation), enquanto os demais funcionavam como grupo de controle.

Nessa prática, feita num ambiente silencioso, a pessoa repete, mentalmente, frases de carinho e de compaixão com desejos de paz, amor, força e bem-estar geral – inicialmente para si própria, a fim de interiorizar esses sentimentos, e depois para os outros. Todos os participantes tiveram seu tônus vagal medido antes e depois. A psicóloga constatou que os praticantes da meditação elevaram seu tônus vagal, capacitando-se para viver mais momentos de amor.

Atingir a almejada ressonância de positividade, portanto, não é exclusividade de casais enamorados ou da relação entre um bebê e sua mãe. Embora a intensidade certamente não seja a mesma, muitos contatos simples do cotidiano geram micromomentos de amor e acarretam efeitos positivos. “A conversa rotineira com o cônjuge, no café da manhã, ou uma bem-humorada interação com um estranho estão no limite inferior do espectro. Mas o que a ciência das emoções diz é que experiências modestas como essas, mas frequentes, são computadas em nosso bem-estar”, afirma a autora.

“Certamente nos lembramos melhor de experiências superintensas, mas elas não são necessariamente mais importantes em termos da nossa saúde ou da força de um relacionamento. Partilhar uma história boba, ter orgulho do cônjuge, dizer ‘obrigado’ com sinceridade constituem microinjeções de reforço que mantêm saudáveis a nós e aos nossos relacionamentos.” 

A mudança na forma de ver a situação se reflete em todo o corpo, diz a psicóloga, pois repercute nas células que ele produz rotineiramente para substituir as antigas. A pessoa que se sente só e desconectada dos outros, por exemplo, provavelmente assistirá à subida dos seus níveis de cortisol, o que induzirá o sistema imunológico a alterar a forma com que os genes são expressos na geração seguinte de células brancas, tornando-as mais sensíveis ao cortisol. Isso pode acarretar mais doenças crônicas baseadas em inflamações, como problemas cardiovasculares e artrite. “Em uma considerável medida, você orquestra as mensagens que suas células escutam, as mensagens que contam às suas células se elas devem crescer no rumo da saúde”, explica a pesquisadora.

No mínimo, salienta Barbara, devemos cultivar micromomentos de amor diariamente, sintonizando-se e conectando-se não só com as pessoas próximas, mas também com aquelas com que interagimos. Com o aumento dos divórcios e a diminuição dos casamentos, mais gente corre o risco de viver a vida sem relacionamentos íntimos. Se mudarmos de atitude, perceberemos que o amor pode alcançar mais longe do que se imagina.

“Promova esses momentos como algo importante na sua vida diária e priorize-os”, recomenda a pesquisadora. “Você verá que ganhará não só uma plástica emocional, mas também um aprimoramento da saúde, e não será o único a conseguir a melhora; na medida em que você induz o amor, o outro indivíduo também a consegue. Portanto, você está espalhando bem-estar e saúde, e não apenas cultivando-os para si mesmo.”

E, você acha que para existir amor eterno deve alimentar esse amor e que para alimentar esse amor é dar demonstração de carinho, cuidar um do outro, querer está sempre junto, etc.. o que alimenta o amor é no caso mais amor, ou a demonstração dele... Se isso não existir a apalavra amor perde o seu sentido e o que era pra ser eterno morreu antes de criar alguma raiz? Pois ÉM se você pensa assim como muitos casais, segundo a pesquisadora isso se trata de uma dependência regada, um conformismo, acomodação, observamos que existem milhares de casais, alimentando essa dependência achando que é amor eterno e incondicional.

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