O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira (12) que telefonou para o presidente da Petrobras para ordenar a suspensão de um aumento nos preços do diesel que tinha sido anunciado pela empresa horas antes.
O anúncio saiu na tarde da quinta (11): aumento de 5,74% no diesel, a partir desta sexta. O litro a R$ 2,26 na distribuidora. Esse índice ficou poucas horas na página da Petrobras na internet,o suficiente para reclamações chegarem ao Planalto.
As queixas de líderes de caminhoneiros foram direto ao ouvido do ministro da Casa Civil. Onyx Lorenzoni ligou para o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pedindo mais informação e correu para o gabinete presidencial. Nas palavras de Onyx, “o diesel é muito importante para os caminhoneiros, para o transporte de cargas, e esse aumento seria um solavanco na economia”.
Convencido disso, Jair Bolsonaro ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e pediu revisão dos números, atropelando o próprio discurso de governo liberal.
O resultado da intervenção do presidente foi imediato, como mostrou em primeira mão o G1, portal de notícias da Globo. Em nota, na quinta, a Petrobras informou que “em consonância com sua estratégia para os reajustes dos preços do diesel, revisitou sua posição e avaliou, ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel. A empresa reafirma a manutenção do alinhamento com os preços internacionais e paridade internacional (PPI)”.
A decisão do governo de vetar o reajuste teve forte impacto no mercado financeiro: derrubou a Bolsa de Valores, queda de quase 2%. As ações preferenciais da Petrobras, que são as mais negociadas, caíram quase 8%. O temor é de que a empresa volte a sofrer com um controle de preços por parte do governo como em gestões anteriores. Só nesta sexta-feira, a Petrobras perdeu mais de R$ 32 bilhões em valor de mercado.
FONTE: G1