Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro, Édouard Philippe, dá prosseguimento no Senado aos debates iniciados na quarta para defender as medidas tomadas. Além do cancelamento do imposto sobre o carbono, trata-se de um congelamento dos preços do gás e da eletricidade neste inverno e da renúncia de endurecer o controle técnico automotivo antes do verão. Esses anúncios foram considerados insuficientes pelos "coletes amarelos".
Na quarta, Edouard Philippe pareceu aceitar uma nova concessão aos "coletes amarelos", julgando "necessário" um debate sobre a reforma do Imposto sobre a Renda (ISF), um imposto que atingia os mais ricos. Os "coletes amarelos" reivindicam o restabelecimento da cobrança.
Mas, no final do dia, o presidente Emmanuel Macron pôs fim ao debate, excluindo o retorno do imposto.
Um bônus excepcional de fim de ano, pago pelas empresas para seus funcionários, também faz parte do plano, segundo o ministro das Finanças, Bruno Le Maire.
'Extrema esquerda e extrema direita'
O discurso hesitante do governo sobre o ISF, bem como a demora para uma resposta ao imposto sobre o combustível, parece confirmar o grande temor das autoridades frente ao risco de agravamento da crise.
Neste contexto, Macron pediu solenemente aos partidos políticos, sindicatos e empregadores que "façam um apelo claro e explícito à calma".
"O que está em jogo é a segurança dos franceses e das nossas instituições. Todos os atores do debate público - políticos, líderes sindicais, editorialistas e cidadãos - serão responsáveis por suas declarações nos próximos dias", disse Édouard Philippe aos deputados.
Em um raro gesto de união, sete sindicatos responderam ao chamado, denunciando nesta quinta "todas as formas de violência".
"O diálogo e a escuta devem encontrar seu lugar no nosso país. É por isso que nossas organizações denunciam todas as formas de violência na expressão de reivindicações", afirmaram os sindicatos.
O Executivo teme, acima de tudo, uma nova explosão de violência no final de semana e o contágio para outros setores.
Além das escolas, o FNSEA, maior sindicato agrícola, anunciou uma mobilização na próxima semana. Dois sindicatos de transporte rodoviário convocaram uma greve a partir de domingo por um período indeterminado.
Em toda França, os chamados de novas mobilizações estão aumentando, e o Ministério do Interior relata uma "mobilização por parte da extrema direita e da extrema esquerda".
Fonte: G1