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Coluna A Tarde: O país de pernas pro ar - Por Samuel Celestino

Publicado por     |   10 Dez 2015
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Coluna A Tarde: O país de pernas pro ar - Por Samuel Celestino
Foto: Acervo pessoal

Para a presidente Dilma Rousseff a decisão do ministro do Supremo, Luiz Fachin, de certo modo inesperada que somente chegou ao conhecimento público em torno das 22 horas da terça-feira (8), foi uma espécie de salvação da lavoura. Não deixou, no entanto, de ser um marco contra ela. As oposições, formada em torno da chapa 2, que se confrontou com a chapa 1 governista, demonstraram, sem a menor dúvida, que as dificuldades para a presidente são enormes. Ela, a princípio, teria ganhado tempo porque obteve apenas 199 votos contra 272, no confronto entre as chapas da oposição e do governo. Se ganhou de um lado, pode ter perdido do outro. O governo tentava e ainda tenta evitar o recesso parlamentar para dar sequência rápida ao pedido de impeachment. Mesmo assim dificilmente conseguirá. Já os oposicionistas não têm a menor pressa. Estão em vantagem e esperam contar com as manifestações de rua, enquanto o governo perde pontos.

Se o momento é de extrema dificuldade para os governistas, os oposicionistas foram surpreendidos com a decisão do ministro do Supremo, embora na conturbada sessão de terça-feira, só concluída à noite, esperava-se uma decisão de um pedido levado à Corte pelo PCdoB, afinal acatada. As complicações para o país se generalizam. O governo está praticamente paralisado e não se sabe até que ponto a situação que se observa irá perdurar, enquanto a crise econômica aumenta a cada dia e os empresários praticamente estão paralisados e em situação vexatória. A mesma coisa acorre com a queda de empregos.  De há muito, volto a dizer o que tenho daqui martelado, o país enfrenta uma total falta de comando que sopra forte sobre a economia e o segmento político.

O PMDB partiu-se ao meio embora não se saiba onde está o meio porque este partido é, por natureza, de há muito desnorteado em alas. A carta de Michel Temer a Dilma acabou por dividi-lo totalmente. Os partidos pequenos não têm qualquer estrutura, enquanto o PSDB saiu por ora do foco, embora seja a principal legenda oposicionista. A complicação peemedebista alcança Leonardo Picciani, que integra a sigla e deixou a liderança do partido na Casa, substituído pelo aliado de Eduardo Cunha, Leonardo Quintão.

De acordo com o presidente do PMDB baiano, Geddel Vieira Lima, a destituição do cargo do incompetente líder Picciani já estava acertada, ganhando força quando ele compôs a chapa do impeachment de sorte a favorecer a presidente Dilma. Só relacionou os integrantes do PMDB favoráveis ao governo. Este foi um dos fatos que compôs a carta de Michel Temer ao citar que ele, como presidente do partido, jamais foi consultado em nada, inclusive sobre a reforma do ministério há dois meses. Como se vê, as dificuldades se generalizam rapidamente e transformam o PMDB em duas alas: pró-governo e contra o governo.

Com tudo se embaralha nesta república caótica, há informações que não podem ser desprezadas segundo as quais o vice Temer, diante da possibilidade evidente do impeachment de Dilma, já estaria preparando uma equipe que incluiria, dentre outros, José Serra, Nelson Jobim e Henrique Meirelles. Este último iria para o ministério da Fazenda em lugar de Joaquim Levy. Não se sabe ao certo porque Temer não é de falar. Além do mais, também não há certeza sobre nada, muito menos quando o impeachment será ou seria deslanchado. Pode ser daqui a dois ou três meses a depender dos acontecimentos, caso sejam acelerados.

Como a desordem é total nestes trópicos e a República está de pernas para o ar, de tal forma que a inflação já atingiu os dois dígitos. Não se sabe, portanto, o que ocorrerá adiante. O que se sabe mesmo é que o país está desgovernado, o que em muito dificultará a salvação da presidente Dilma, na medida em que o impedimento dela ganha corpo e as oposições avançam enquanto os governistas definham.


* Coluna publicada originalmente na edição desta quinta-feira (10) do jornal A Tarde

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